O envelhecimento tem conduzido ao aumento de doenças crónicas e da polimedicação que, juntamente com uma reduzida vigilância médico-dentária e fatores de risco culturais, socioeconómicos e comportamentais, contribuem de forma significativa para o desenvolvimento de patologias orais. Para além disso, também as doenças orais influenciam o estado de saúde em geral e a qualidade de vida dos idosos.
Cárie dentária e doença periodontal
Constituem as causas mais frequentes de perda dentária. O aumento do risco de cáries no idoso resulta da recessão gengival, da diminuição da função das glândulas salivares, de uma deficiente higiene oral e da diminuição da função motora oral. As alterações periodontais que levam à perda óssea dentária não se devem exclusivamente ao envelhecimento, dado que se associam frequentemente a outros problemas comuns na população idosa, como por exemplo a deficiência de vitamina D, a osteopenia e a osteoporose.
Lesões da mucosa oral
Podem surgir em consequência de várias situações, nomeadamente trauma por prótese, maus hábitos de higiene oral, consumo de álcool e tabaco, efeito de medicação crónica, disfunção das glândulas salivares, etc. As lesões da mucosa oral podem ser prevenidas e, embora a maioria sejam benignas, algumas podem tornar-se malignas na presença de fatores locais e sistémicos predisponentes.
Sensação de boca seca
A diminuição da função das glândulas salivares associa-se ao uso de certos fármacos (por exemplo, antidepressivos, anti-hipertensores, sedativos, etc.), à presença de doenças sistémicas (por exemplo, a diabetes) e ao tabagismo.
As condições sistémicas influenciam a saúde oral, assim como as doenças orais têm repercussões na saúde física e mental do idoso, verificando-se frequentemente uma escalada de alterações que se iniciam na perda dentária até à diminuição da capacidade mastigatória, da deglutição, do paladar e que, em última instância, podem levar à subnutrição. Como vimos, a saúde oral é parte essencial da saúde em geral, pelo que nesta faixa etária é de especial importância a articulação bidirecional entre médico dentista e médico assistente.
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